O barulho da chuva me acordou, eram seis e quinze, hora de dormir mais.
Mas repentinamente perdi o sono. Fazia frio fora dos cobertores, eu tinha medo de atravessar o chão gelado, medo de encontrar a água congelante da pia.
Decidi me manter ali, quietinha, talvez o sono voltasse a vir.
Mas não queria ficar parada.
Pensei: devo fazer qualquer coisa alguma!
Peguei meu livrinho, li algumas páginas, mas não...não era aquilo que eu queria fazer
Tomei um gole d’agua.
Respirei fundo umas 24 vezes.
Sorri.
Chorei.
Li, escrevi, desenhei
Cantei e dancei
Falei
Perdi, ganhei
Fiquei
E Fui.
E voltei àquela cama diversas vezes
E pensei sobre o que fazer dela
Pensei nela
Por ela
Com ela
Fiz dela abrigo
Castigo e tormento
Sofri por seus dias
Quis esquecer
Não quis muitas coisas
Fiz muitas coisas
E fiquei parada, ali na cama, enquanto chovia lá fora.
Mas estava acomodada, eu estava ali, vivinha, maquinando tantas coisas, escolhendo,
medindo e refletindo sobre todos os meus próximos passos.
Sem sair do lugar.
Esperando pela minha próxima dormidinha, até uma outra cama confortável chegar
dizendo: vem, agora é hora de sair daí.

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