O tempo está fechando, e as nuvens movimentam-se no céu
No parapeito da janela eu vejo o tempo ruir e a vida correr apressada,
em luzes vermelhas e caixas metálicas condutoras de destino.
A minha morada, não diferente das outras, é só mais um quadradinho reluzunte
e sem distinção de credo, cor e preferência televisiva, estamos alinhados
na nossa referência de lar.
O teto que me protege é o mesmo que me limita alcançar as estrelas
e as travas de segurança enjaulam a minha liberdade.
Eu me enclausulo por vontade própria, não que tema demais, eu só
quero conservar-me sereno.
E nessa caixa de fosfóro familiar, há uma frestinha que traz o mundo pra
dentro de casa, com imponentes postes escuros e seus fios, caminhos de vida
e um pequeno ponto de luminosidade,
A lua de quem não tem céu.
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