apostas opostas
Sentado naquele banco, na rua fria, as dez da noite ou do dia. Sozinho, como uma pedra, como o sol, como uma cobra cega. Zumbindo, como um morcego, como mendigo, como mentindo. E disse não e disse sim, disse amor e rancor, disse coragem e pavor, disse palavrão e por favor. Deitado levantou pra sentado girar. Não sabe de onde veio e nem onde quer chegar. Se diz filho da sorte, da graça, do bem estar, mas cansado de rir, começa a chorar. Entretanto, porém, todavia - não sabia se rezava ou bebia. Sabia das luzes, das moças, da pedra fria - mostrava bem o que escondia. Perde, ganha, perde, ganha, perde, ganha. Todo dia.
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