Sentei para ler o livro afanado de uma festa num trem no subsolo que deixam a gente tonto, todo zuado. A sensação era de explosão de miolos. Mas também outras coisas me angustiavam: corações vazios, histórias mal resolvidas, saudade, remorso.
De qualquer forma, eu estava ali e peguei o livro para matar o tempo.
E na página 42 foi a primeira que abri no poema que fora intitulado 'Marina' e dizia o seguinte:
"Ontem um amigo me disse:
'felizes daqueles que entendem que até o
amor é passageiro'
incerto finito solitário
e o par perfeito
momentâneo
Por isso eu digo
meu bem
felizes deles
aqueles que entendem que o amor é
passageiro
pois em nós
mistério
é encanto
é intenso
é sério"
Junior Bellé
obs: Eu não conheço o Junior Bellé, mas eu gostei do que eu já pude ler n'O Sonhador que colhe berinjelas na terra das flores murchas', e isso traz pra perto o seu eu lírico. E como de costume me faz procurar nas suas linhas as minhas próprias ou simplesmente aceitar qualquer não entendimento inicial.
obs2: Vou roubar Marina para mim.
É tão bom quando a gente lê sobre algo que nos faz pensar um bocado a respeito. Leitura é boa quando dá nisso: não fica presa no momento, vai bem além de uma questão de "aqui e agora".
ResponderExcluirE fazia um tempinho grande que não voltava aqui :/ Já tava me batendo uma saudade imensa desses versos lindos da marina-poesia.