goles amargos, olhos apáticos
no escuro vive um cego
que só não vê o que não quer
meio-vive
meio-morre
quando dorme, coleciona cores
e escreve pela noite
histórias que as mãos não conhecem
e esquece
que tem casa, que tem dono
que na madrugada não encontra consolo
quando das cores, sonha dores -
e transpira obscuridades
acordado, já não sabe quem é
na luz vive a escuridão
no mundo, um mundo a sua volta
fundo mundo
abismo complementar,
enquanto caindo - vai.
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