A metade vazia

fecho os olhos
e deixo-me submergir
nem contra ou a favor
sou só ausência.
de volta à superfície
inclino-me a ser parcial
em corpos e ouvidos n'agua
e olhos atentos ao céu.
ofuscados pela luz, torno-os adentro do meu eu
eu sou carne e compreensão
um corpo boiando no infinito,
inquieto quanto ficar, indeciso quanto deixar

inodoro, incolor
incólume.

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