Só restaram quarks

rodopia, óh céus
milhares, milhares
de constelações

viajando em luz
suas onze dimensões

espaço,tempo
colapso

finito infinito
universo
unifico.

[F]lagelo

fragmentos
cobertos por tons de cinza

matéria e metáfora
unem laços fragéis
em ligações
ininterruptas

inexistem
complacentes:

resquícios
de um em outro
em doçura
e amargor

imã:elo:corrente

conecta
metade em m e t a d e

para infinitamente

desfragmentar-se.

Antibióse

as folhas vermelhas se foram
e novas vidas verdes brotaram

agora, minúsculas flores amarelas
colorem os galhos e as ruas

em cima da cabeça,
enquanto o vento passa ruidoso pelos ouvidos
pequenos pássaros dançam
em movimentos desordenados

ordem e progresso nunca quis dizer nada
e que diferença faz, se há as leis vigoram e os carros têm air bags
?

a carne e o osso ainda vagam
só que agora, transitam entre as árvores e os postes.

Levitar

me fundi ao vento
enquanto por mim
passava

as mãos
enraizaram terra

o corpo encontrou refúgio
rente à seiva viva

dos olhos, saem faíscas

e uma formiga anda sobre o poema.

de antes de

vinco
permanente

sinal de igualdade

risco
sobre
risco

deixa na pele
marca constante

de tempos em tempos
(em contagem irregular)
vestígios de ontem e de antes
são redescobertas
do amanhã

e suas imagens,
são curvaturas feitas e refeitas
em dobradura-papel



indicam caminho

e continuídade.

Metonímias de Contemplação - Fim e Começo - apart:|

Para

onde

escoa

toda

a

minha

li

que

fa

ci

da

de
?

(águas turvas) (profundas)

((( art4[p/]

alcance:

no cosmo
corpo livre
não resiste,
força da física

culpa da química

expansão
desenfreada

toca cada partícula
de universo
que encontra

encanto
espanto

é tantotantotanto

decanta
vida e morte

esparrama-se
torna-se algo que sempre foi
em tons de liquefacidade.

(...) art3[p]

a queda:

livre,livre,livre,
sonho
livre,livre,livre
nada temo
livre,livre,livre
nunca alcanço
livre,livre,livre
infinito
vento
norte
desnorteia
vento
sul
paralelamente
é branco
deslizando
corpo
azul
sombra livre
limpído
olimpo
lindo

líquido.

(...) art2

vulcânicos
caracóis

no cume
da mais imponente
montanha

o abismo.

(...)

sorrateira, o seguia
desde os tempos de criança

levou-a ao céu,
enalteceu

e em um sopro, um veraneio
corpo e alma, desprendeu



um foi levado abismo abaixo
outro soprado ao infinito

Metonímias de Contemplação - art1

à meia-noite do dia
bateu a morte em minha morada

mas não levou-me logo de pronto
pois sou seu sacríficio

coloriu-me a órbita
azul
despediu-me de meu eu antigo
soprou para dentro d'minha'lma
sugou, inflou, queimou

voou.

Austral

derramam
gotas
de água
fervente

derretem -
- retina
embaçam -
- neblina

névoa
envolvente
delírio
de uma noite
de inverno

dilúvio fumegante
elétrico deleite.

Simb>i>óli co

sígnos
para declarar
impressões

imagens recortadas
/pausas/
palavras que ascendem
e proliferam

insígnias
atemporais
de temporalidade

são fatos isolados
ventania em casa trancada
-
são avulsos, sincrônicos
pesadelos, sonhos
-
retratos assombrados
pelos arquétipos das nossas caixas
-
obscuras figuras
assimilações futuras

formas iguais
em estruturas diferentes

para onde olha,
vê

sempre que toca
sente.