o caos
não
faz
juz
a
causa
a
distância
entre
dois
pontos
não está
(como se esperava)
nas
infinitas
retas
mas
sim
no
desvio
das
setas
Um barco
vagando
no
escuro
vazio
do
céu
Navegador
Astronauta
Viajante
Velejante
Será
viagem?
acastanhou-se
o céu
em nuvem
de caramelo
em sol
que derrete
em mel
conta-
gota
e
tempestade
escureceu
no meu,
verde de mata fechada
o abismo
da sombra da hora
a luz roubada
do agora
caiu
em si
caí em
mim
e no silêncio
do infinito
explodiu
a supernova
parou
de
chover
choveu
de
parar
e
assim que ventou,
tudo mudou.
o vento
uivou
no pomar.
semeou
a brisa no ar.
e quando
choveu
parou de ventar.
são
só
estilhaços
sobre
minha
escrivaninha
sobre
a borda
macia
da cama
sobre
as
inúmeras
páginas
do inverno
do azul escuro
e da goteira
das obras
inacabadas
da passagem
da mãos
do
passageiro