Sem sentido nenhum

Auto-destruição era tudo em que ele pensava. Na verdade não pensava, sua mente agia sozinha.
Naquele dia de inverno, como de habitual, levantou às onze da noite, tomou um café rápido, vestiu o paletó.
Guardou suas lembranças na cabeceira da cama, pra ter lindos sonhos quando voltar. Afinal, o que acontece no mundo, não deve entrar na memória.
Mas, naquele dia as coisas não aconteceriam da forma como ele havia planejado.
Unhas vermelhas, uísque, charuto barato, onde foi encontrado pelas duas da manhã.
Às quatro se viu no calçadão falando mentiras pra mulheres mentirosas.
Sem nenhum escrupulo, às seis, comia fiado no bar e lamentava pela maravilhosa noite que tivera.
Sete horas a caminho de casa, correria, confusão. Decidiu ficar e olhar.
O primeiro tiro foi pra ele. Ah,
Era tudo que lhe faltava.
Era tudo que desejara.


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