Olhou para os dois lados e passou pela porta. Entrou em um corredor estreito e quase que sem iluminação, havia uma vela no canto da próxima porta que ele entraria - mau agoro.
O outro cômodo tinha maiores dimensões, mas mesmo assim ainda se sentia acuado.
O salão possuia umas quatro ou cinco mesas que estavam vazias, em um canto havia um casal de meia-idade discutindo alguma coisa sigilosa, sussurravam ao se comunicar e olhavam para os lados o tempo todo.
Afroxou o nó da gravata, jogou a pasta no balcão, e sem nem ao menos sentar, pediu gim com tônica.
- Bom dia Senhor. - disse o homem de trás do balcão.
- Bom dia nada.
- Tenho notícias para o senhor.
- Seja breve.
- O rapaz do 147 veio aqui procurar pelo senhor, disse que não viria essa semana. Ele perguntou se podia receber pela mercadoria antes de entregar, disse que não. Ele ficou furioso, tá vendo essa faca aqui? Pois então, me ameaçou com ela, disse que precisava do dinheiro e se eu não arrumasse pra ele já, tava fudido.
- Que você fez?
- Eu dei o dinheiro pra ele.
- Você é um imbecil, por acaso?
- Ah, o que você queria que eu fizesse? Você olhou bem pra faca?
- Seu idiota, você acha que ele vai voltar com a mercadoria agora?
- Eu vou atrás dele se não voltar.
- Ah é? E vai fazer o que? Chorar pra ver se ele se sensibiliza?
- Vou armado. Se ele não quiser dar a mercadoria, peço o dinheiro, aí se não der, perde a cabeça.
- Faça isso.
O homem empurrou o copo, puxou a maleta e já estava indo embora quando o barman o chamou.
- Senhor?
- Fala, infeliz!
- O senhor esqueceu isto.
Três balas de revólver em direção ao corpo do homem, mais especificamente na cabeça.
Três lindos tiros certeiros, pá pá pá. - Eu ouviu até fogos nessa hora. -
Então o homem sentado à mesa levantou-se pra pegar a maleta e o do balcão se apressou para sair.
Dividiram o dinheiro e sumiram pela portinha no canto do salão.
Os dois tinham uma coisa em comum que não era dinheiro.
Era vingança.
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