Sobre-mundo

Deitou-se sobre o cume da montanha e aspirou a paisagem. Tão belos tons de azul, pensou consigo mesma. Quem será que vem colorindo o mundo, desse jeito que eu gosto? Pensou nas nuvens escuras de chuva que andam rapidamente pelo céu, como quem tem pressa de desabar. E lembrou-se de um dia em frente ao rio, um dia de sol que hoje em dia só faz sentido pelo vento que passava, descordenando os passos e deixando ao acaso o equilibrio de ser pensante. Lá vai aquela cabeça de vento, pensou. E riu. Riu de graças e desgraças que tem visto, que tem passado. Riu dos cumes, dos montes, dos passáros, do eco que sua voz fazia. Riu de si, a pessoa que mais lhe agrada no mundo.

Um comentário: