Louça branca

Eu te disse: não vá, não vá.
Mas você precisava ir.
Eu imaginava viver em casas azuis de cercas brancas,
esperava por sorrisos diurnos, cigarros bicolores, xícaras em duplicidade,
algumas crianças, retratos de família.

Eu não te disse para ficar, embora eu tenho dito que disse.

Eu fiquei muda, muda de sorrisos, coisas diurnas, louça em duplicidade,
roupa para passar, manha de criança, porta-retrato.

Então eu falei mas também emudeci.

Equivoquei-me sobre o que quis dizer, sobre o quis fazer, ou o que eu quis que acontecesse,
então eu sorri.
Sorri por não ter mais o que fazer.

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