Vitrine

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emudeço/
enquanto o poema se escreve.
não foi feito para ter prestígio - nem há de ser salvação

De leão

despontam
de repente

luzes que emanam dos corpos
paralelos, perpendiculares

mesmo as luzes dos postes
e as avenidas das cidades

em um segundo





toda imagem







é luz


na lua:
órbita particular

em redomas:
circunferência
do olhar

em resposta
somos

pontos luminosos

pulsantes
incessantes

in can sa vel men t e
suntuosos




Presente do Indicativo

Eu balanço
rodo, giro, danço
Tu balanças
sorrisos, vestígios, lembranças

(Ele/Ela/Isso/Aquilo)
Nada disso interessa

Nós balançamos:

se gui mos se m pr ess a

Eles balançam:
remexem, remoldam
repelem, retornam, expelem
importam, inferem, informam

(..)

Conjuga-se o verbo no tempo presente
aqui dentro tudo pulsa,
pulsa,
pulsa

e por fora a gente sente
quente,
sente.


Dissonância

tão pouco há paz entre as abelhas
cozendo o mel em suas entranhas

em seus olhos casam horror e angústia
transmitem a ansiedade anti-linguística

proclamam o murmúrio surdo dos povos
zumbidos,
ruídos,
perturbações


à noite, penetram encéfalos desavisados
passeiam por seus devaneios

quando é dia
levam os sonhos aos seus alvéolos

e da utopia faz-se o mel.

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vias
para
chegar
a destino

_
por
dentro
a gente
inflama

onde se encontra (perdido)
o ponto de partida?

Tremor

riscos
finos

dão
profundidade

vincos
líricos

em
sus
pen são

em
san
ti dade

esparramam-se os corpos
soltos, livres
de
den si da de

sus pi ros

su ssu rros

sin cro ni ci da de

Plástico em pessoa

sinto
que sou algo
que não
sabe o que
(se)
é

sente
entre
a gente
algo
que é
e que
não é

são

sentidos:
os de ser
ter, ver,
quer:



sorriso
para imagem
qualquer.

passa
vestígio
pelo espelho: não é.
passo
princípio
ser de novo:
quem é?