pouco tempo nunca pareceu ser tanto tempo
e sendo esse tanto só um pouco - sobra muito até o para sempre
(..) mesmo que para sempre seja só hoje.
Deixa que vente. E que vá
o desenho
se tingiu sozinho
e não foi preciso
nem se quer diluir
em água o senso
deixai que corra livre
o traço incerto
que seja
transitório
enquanto
eterno
(..)
deixai que sê
intenso.
se tingiu sozinho
e não foi preciso
nem se quer diluir
em água o senso
deixai que corra livre
o traço incerto
que seja
transitório
enquanto
eterno
(..)
deixai que sê
intenso.
Des pe ta lar
des pé ta la
toda des con cer ta da
caída,
per tur bada
de gosto amargo
de rosto pálido
de tristeza
dis far ça da
vive a sorrir
em nuvem sólida
e por dentro, dissolve-se
em prantos
murcha
murcha
murcha
e logo morre.
Porque, bem sabemos,
não se sorri para sempre.
toda des con cer ta da
caída,
per tur bada
de gosto amargo
de rosto pálido
de tristeza
dis far ça da
vive a sorrir
em nuvem sólida
e por dentro, dissolve-se
em prantos
murcha
murcha
murcha
e logo morre.
Porque, bem sabemos,
não se sorri para sempre.
Algo assim
revezando
entre ser o que se é
e não ser nada
faz
viagem
sem destino
e
sem comprar
passagem
porque
a essa altura
tudo
é
pa s s a g e m
entre ser o que se é
e não ser nada
faz
viagem
sem destino
e
sem comprar
passagem
porque
a essa altura
tudo
é
pa s s a g e m
Acerto
é certo
que a rota
agora é outra
incerta
como qualquer uma
para onde o corpo ruma
para onde a alma
esvai
que a rota
agora é outra
incerta
como qualquer uma
para onde o corpo ruma
para onde a alma
esvai
Drops
Ela é linda na fotografia.
Olhos fundos, dentes aparentes.
Brilha, no papel-plástico.
Plástico e perfeito.
Do jeito que a crítica gosta.
Olhos fundos, dentes aparentes.
Brilha, no papel-plástico.
Plástico e perfeito.
Do jeito que a crítica gosta.
Encontra-se
fui ao meu encontro
mas não estou
e onde vou
não há
e onde há
não sou
procura-se
por mim,
quando
não
está
-
espero
enquanto
vou
e fico
sem me achar
mas não estou
e onde vou
não há
e onde há
não sou
procura-se
por mim,
quando
não
está
-
espero
enquanto
vou
e fico
sem me achar
De doze em doze horas
[_] Teus rostos se tocam. Outros, não mais aqueles. O luar revelou novas faces. Mais duras, mais marcadas.
Em drama, recorre aos abraços para fugir do vazio. O pulso rouba a vibração,
Em drama, recorre aos abraços para fugir do vazio. O pulso rouba a vibração,
quer fazer disso poema.
(..)
Flores
permanecem
suspensas
c
a
e
m
mas não os alcançam
O rio corre, mas não molha.
O vento passa, mas não sopra.
Em vontade hibernam em letargia velada,
desligando-se os corpos,
enquanto tocam-se as almas.
Fim
As ruas exalam passos apressados de sapatos e sapatinhos. O clap-clap dos pequenos saltos de madeira, tímidos e conservadores, denunciam saias rodadas e cabelos com gel. O tirilintar das taças e o barulho das conversas dão a impressão que eles nunca irão embora.
A juventude, por incrível que pareça, está com seus dias contados.
Em automóveis sem direção, desfalecerão seus sonhos.
E tudo irá,
embora.
A juventude, por incrível que pareça, está com seus dias contados.
Em automóveis sem direção, desfalecerão seus sonhos.
E tudo irá,
embora.
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