Sentou com os olhos presos ao chão e assim permaneceu.
- Como será seria?
Antes de descer do ônibus que o levaria até a casa da mãe, Elias conhecera Marta. Conversaram sobre as mesmas amenidades que recém-conhecidos falam e logo trataram de se calar, como esses fazem.
Após a curta chegada do silêncio, uma tosse:
- Já tomou café?
- Já sim. - Respondeu a moça corando.
Mais silêncio. Agora incomodava.
- Já? Quer dizer, um só? Você costuma tomar uma xícara só ou prefere assistir tv com a garrafa do lado, assim, para ter sempre à mão?
- Oi?
- Café. Você não prefere mais de um?
- Oi, sim. É... vou descer já. - E levantou-se num repente.
Deixou o banco vago e sumiu pela pequena porta. Logo um senhor de mochila infantil tomou seu lugar e os passageiros que por lá estavam se realocaram.
Elias se sentia sozinho. Talvez abandonado, não saberia dizer.
Acionou a parada e desceu na primeira oportunidade. Andou por quase duas quadras se sentindo esquisito e sentou-se abruptamente na calçada.
Prendeu os olhos no fundo-mundo de si. Na valeta da guia, sentira uma corrente de água suja molhar-lhe a mão. Lembrou-se do café e da pergunta que não fora respondida:
- Como será seria?
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