Não precisamos de Satélites que carece de cabos Ondas Invisíveis, pra quê? Pra quê?
Eu só preciso das minhas pernas pra chegar até você
Pra processar minha menssagem só ouvidos não bastam Eu quero que você veja mais do que um olho vê Você não me desliga e eu não desligo você
Jogue fora sua antena queime seus receptores Tudo está ao seu alcance ao seu alcance Tudo,tudo está ao seu alcance... Pois eu nasci com duas pernas cabeça tronco membro pra chegar Tudo tudo está ao seu alcance pois eu nasci com tudo Pois eu nasci com duas pernas cabeça tronco membros só pra chegar até você, até você... Mundo livre s/a - ligação direta
Eu pude ver nos espaços entre as nuvens, o que eu não via há muito tempo. A lua iluminou os caminhos, mas mesmo assim a beleza da situação, continua me deixando perdida. Como se não existisse pensamento pertinente que case com o que vejo, Começo a lembrar e o meus lábios, mesmo que se movam muito timidamente, esboçam a alegria da lembrança. Tanto do que recordar nos mais singelos movimentos.
Não sei se o mundo ao redor percebe esta minha satisfação, de ter céu e ter porque sorrir e sutilmente dançar.
Eu estive pensando e sim, minha cabeça tem doido muito. Eu vi as nuvens e o sol se pôr pela janela, lembrei de tanta coisa. Coisas que eu não queira mesmo lembrar, mas que não saem do meu pensamento. Eu tenho chorado sem chorar e sofrido sorrindo. Eu finjo que as coisas vão bem e elas não estão tão boas assim. É medo, é luto, é falta, é saudade é tudo o que eu sinto, em tudo que eu vejo. E vendo a felicidade eu sinto tristeza. Eu sinto por tudo que está errado ao meu redor. Me cansei de tanto pensar, me canso de ver, de falar. Me canso de estar cansando. Me canso de querer a tudo, que eu quero tanto.
O último cartão postal que eu recebi, foi há tanto tempo que mal me lembro. Eu estive há tanto tempo me preocupando em esquecer, que hoje não consigo lembrar de quase nada daquele homem. Eu me recordo de seus olhos azuis, tão azuis. E me lembro de sua barba comprida, um chapéu bonito que usava, me lembro dele na beira do rio, sorrindo para mim. Ah, quantas noites eu estive chorando, por uma simples imagem de um homem no rio. Algo que eu mesma fiz importante. Eu vi tantos homens iguais a ele e olhei em tantos olhos como aqueles. Não sei porque infelicidade não conseguia esquecê-los. E o tempo passou e conforme passava eu juntava uma legião de futuros maridos, de futuras famílias, de uma futura felicidade, que não chegava nunca. E eu nunca parei de sonhar com a nossa casa, com a nossa vida, com o silêncio tão confortável dos nossos dias. Até que um dia, eu o vi novamente. Uma dor dilacerante invadiu-me o peito, fiquei queimando em brasa, lentamente. Lentamente eu fui sentindo todo tempo que passara, tantos anos vivendo de ilusões, esperando por algo que nunca existia na realidade, só em sonho. Então eu escolhi uma casa bem bonita de se viver, um homem muito fácil de se amar, uma lindas crianças com a nossa cara, vasos brancos, louça branca, balanços nas árvores. Como te disse, ele me mandou um postal certa vez. Eu já vivia aqui, feliz da vida. Deixei na estante da sala para brincar com as crianças, não sei onde foi parar. Nunca mais ouvi falar.
O frio alcançou meus pés, pela água da chuva que lavou a calçada. Em um noite sem lua, correndo na rua, eu vou.
Vou até onde sei que posso ir, mas tantas as surpresas me parecem agradavéis, que a cada milímetro de abertura desta fresta, só me mostra o lado lindo da floresta.
eu perdi o sono, mas ganhei café da mãe e tatuagem de criança.
Eu deitei ao lado da coisa mais linda do mundo, de dentes pontiagudos mais bonitos que existem, de pele macia, bochecha rosada, cabelo encaracolado de olhos de um azul sem fim, que olha sapeca, sorrindo para mim.
Você acha que me engana, acha que sou a tola que aparento ser Eu sou igualzinha a você e também sei fingir. Sei aceitar e sei discutir, eu sei o que falar e de que forma agir. E assim, exatamente como você eu também não sei pra onde ir.