Ás de copas

Quando me diz inquieto:
- eu quero.
Me abre uma chaga no peito,
feroz.
Queimando, me pego pensando:
- não devo.
E o diálogo só nos faz menor.
Me conta que está decidido -
de encontro, que quer ser comigo
uma pessoa melhor.
Mas mesmo para ser amigo,
não pode negar o perigo
de juntos - sermos um só.
E o querer não me faz contente,
pois há algum tempo insistente
só vamos de mal a pior.
Enquanto falamos às gralhas,
rolamos em fogo de palha -
em delírio,
em suor.

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